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Manifesto in portoghese

Nell'agosto 2012 ho presentato al Congresso  Internazionale  di Letteratura ed Ecocritica all'Università di Paraiba (Brasile) il Manifesto di Ecopoesia Italiano (2003).

In quell'occasione il Manifesto è stato tradotto in Portoghese dalla dott.ssa Herica Paiva Pereira.

 

MANIFESTO  DI  ECOPOESIA ITALIANA (2005)

 

Definição

A Ecopoesia é um novo gênero literário que se inspira nas atuais emergências ambientais. Ela também tem a função de “dar voz” aos viventes que não têm voz e de testemunhar os seus direitos.

A Ecopoesia faz parte do vasto universo da Poesia e não se põe na posição de superioridade em relação às demais tradicionais expressões poéticas. É simplesmente diferente e não alternativa.

 

Premissa

Após as confusas e heterogêneas experiências artísticas pós modernas da segunda metade do século XX, começam a delinear-se algumas novas tendências que têm suas origens:

Ø  Na velocidade e na facilidade da comunicação

Ø  Nos processos de globalização e também culturais.

Ø  Na sempre mais dramática crítica ambiental do nosso planeta

Nesse contexto, alguns artistas italianos sentiram a necessidade de externar, através de um manifesto, as linhas de base para a construção da poesia, ou seja, encontrar a forma de expressar-se através da arte.

Esta escolha é o resultado de algumas considerações:

Ø  As atuais e sobreabundantes tempestades mediáticas de notícias tiveram como consequência uma relação defensiva com a intenção de separar das emoções as informações e imagens dos fatos.

Ø  Criou-se um conflito entre o pensamento racional que busca compreender os acontecimentos e a grande quantidade de emoções sufocadas que são retomadas.

Ø  A dependência às representações virtuais preencheu a mente de milhares de homens transformando-lhes em pessoas passiveis espectadores dos fatos.

Ø  A passividade gerou, principalmente nos jovens, uma debilidade em relação aos ideais e aos valores, tirando-lhes o entusiasmo necessário para enfrentar os problemas do nosso tempo.

Após estas considerações, alguns artistas decidiram tentar dedicar-se a um tipo de poesia que os liberasse das emoções escondidas e lhes permitisse realizar os objetivos recomendados pelos novos valores.

 

Novos valores

A crítica situação do nosso planeta, no século XXI, nos obriga a salvar o ambiente  como valor indiscutível.

Com a queda da ideia de uma natureza como  reserva que não se acaba, entra também em crise a visão antropocêntrica e vertical do homem como patrão sem limites desta reserva.

                A nova visão da terra, sugerida pelas fascinantes imagens que se originam do espaço nos fazem conscientes do nosso pequeno papel no universo e da nossa, não privilegiada, presença sobre a terra. Nessa perspectiva, o homem se torna consciente do seu papel como ator de destruição ou de proteção dessa casa comum e das suas responsabilidades em relação ao frágil planeta.

                A partir da tomada de consciência da responsabilidade, surge uma nova ética de relações; não mais exclusiva entre os homens, mas sim, entre o homem e a natureza. Esta nova filosofia nos faz entrar naquela nova cultura que, depois da destruição pós moderna das ideologias, busca novos valores e objetivos, sem engaiolar as duras estruturas hierárquicas ou ideologias.

 

Papel da Ecopoesia neste cenário

                Cada gênero da poesia sabe criar emoções, tocando o mais íntimo ou esquecido, surpreendendo com as associações de sons ou de imagens imprevistas. Ele nos faz meditar com a metáfora; acolhe a essência escondida das coisas e das nossas experiências, utilizando a potência destas sugestões. A ecopoesia se transforma em uma comunicadora de emoções que acorda a consciência para escutar os problemas dos nossos dias.

                Este tipo de poesia envolve contemporaneamente razão e sentimentos, superando o preconceito do pensamento bipolar do século XX que se fixava uma decisiva separação entre a razão e a criação artística.

                Na Ecopoesia, ao lado da tradicional emoção de comunicação poética, surge o momento racional da tomada de consciência da crítica ambiental e da necessidade de remediar. A Ecopoesia é, portanto, multidimensional porque desfaz a divisão destas duas dimensões expressivas e, é mais próxima ao modo de pensar e de sentir de hoje.

                As ciências ambientalistas sabem detalhadamente analisar os atuais problemas ecológicos, mas isso não quer dizer que sozinhas consigam resolvê-los. No entanto, a linguagem poética que é tão diversa e nova, pode obter respostas mais eficazes ao abrir a consciência e  preparar para a escuta dos problemas do século XXI que:

Ø  A salvação do nosso planeta e uma nova relação com todos os seres viventes (Ecopoetry)

Ø  O testemunho dos direitos fundamentais do homem e a pacífica convivência entre os povos, ( Art & Peace)

Ø  Uma nova e diversa introspecção do próprio eu (Ecopsicologia, etc.)

 

Esta necessidade de uma poesia nova foi colhida em diversas partes do mundo. Nasceram assim novos movimentos poéticos que associaram a Poesia às atuais instâncias éticas como é o caso da Art and Peace,  Eco Art, e também da l'Ecopoetry.

 

Mas, quem é o ecopoeta? 

O ecopoeta não é o poeta que canta a natureza, mas sim, aquele que fala com a natureza. Dá voz à natureza. Testemunha os direitos daqueles viventes que não têm direitos. É aquele que se sente numa estreita comunicação com a criação e nos traz emoções que veem de dentro: os animais torturados, as árvores cortadas, a terra inteira poluída fala diretamente através de seus versos. Enfim, o ecopoeta fala para aquela casa comum, única, que deve ser salva pela sua peculiaridade e beleza.

Protegeremos a natureza se aprendermos a amá-la; se aprendermos a sentir-nos uma coisa só com ela. E é isso o que a Ecopoesia quer fazer: transmitir este desejo de proteção. Ao ajudar-nos a sentirmos animais, árvores, florestas... A viver a dor deles como se fosse nossa; a ver a beleza de uma paisagem que deve ser salva. Enfim, entendemos que o destino da terra é também o nosso destino.

O ecopoeta é portanto, o comunicador entre a comunidade humana e o mundo natural. É aquele que ao invés de torturar-se sobre o próprio eu ou na sua relação com os demais, se lança na paz da unidade da criação, abrindo-se ao mundo, aos demais seres vivente e se une a eles como sendo uma coisa só.

 

A linguagem

A Ecopoesia não é uma poesia comemorativa, enfática, que se coloca sobre um palco para indicar o caminho a seguir, mas é a poesia empática de quem se sente interligado com a natureza desde o seu interior. É portanto, uma poesia simples, humilde como são os sujeitos oprimidos que falam através dela.

 

A comunicação

Existe também, uma característica específica da Ecopoesia neste campo. No tempo da comunicação global, também a poesia deve saber comunicar globalmente. Deve ser acessível a todos; deve ser aberta às diferentes realidades culturais do mundo e saber conviver e difundir os valores do seu tempo.

A ecopoesia nos liberta do isolamento das culturas literárias eruditas; das velhas modas misteriosas da vanguarda e das tradições poéticas locais, e utiliza uma comunicação poética simples e clara, compreensível a todas as culturas, por isso é também fácil de traduzi-las. Tudo isso, para difundir-se entre um público sempre mais  vasto  a pedido da UNESCO na mensagem da Jornada Mundial da Poesia.

Esta nova poesia é também chamada, por alguns, como “Pós moderna”, porque acolhe algumas tendências da correntes pós modernas. Neste Manifesto, ao invés, é chamada simplesmente como “ECOPOESIA”.

Estas reflexões são estendidas a qualquer forma de arte que há no seu centro a natureza e o ambiente. No Manifesto, este tipo de Arte é definida como “ECOART”.

 

 

Primeiros  assinantes:

M. Ivana Trevisani Bach  Albisola (Sv)

Salvatore Infantino  Palazzolo (Siracusa)

Luciano Somma (Napoli)

M. Luisa Gravina (Genova)

Luciana Bertorelli (Savona)

  

A este Manifesto aderiu o Movimento Artistico "Irrealismo" que propõe "revalorizar a Natureza com a Arte” e a “Arte para a Natureza". 


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